A coerência na ação e no voto

O Partido Humanista Internacional (PH) apresentou a sua dissolução ao Tribunal Constitucional, o que foi aceite em maio deste ano. Esta decisão é uma consequência da perseguição financeira e burocrática que os partidos sofrem, sendo que os ditos pequenos partidos se encontram numa situação de ainda maior vulnerabilidade, uma vez que não
recebem qualquer subvenção estatal e não têm igualdade de oportunidades em matéria de espaço na comunicação social.

Legalizado em março de 1999, o PH nasceu do Movimento Humanista, uma corrente de opinião internacional que propõe a mudança pessoal em função de uma transformação social e a não-violência ativa como metodologia de acção.

Tendo como aspiração fundamental a superação da dor e do sofrimento, o PH sempre foi e continuará a ser um organismo que denuncia as situações de violência na sociedade e propõe mudanças que pretendem ir à raiz dos problemas.

Muitas propostas políticas do PH ao longo dos anos estiveram à frente da sua época. O que antes parecia uma excentricidade, mais tarde apresentou-se como uma evidência. Tal é o caso das propostas de Democracia Real, Lei de Responsabilidade Política, Banca Pública sem Fins Lucrativos, entre outras.

O PH deixa agora de ter uma existência legal mas continua a ter uma existência real, tal como acontece em muitos países onde as condições de participação política são difíceis.

Quanto às eleições legislativas de dia 4 de outubro, o PH apela como sempre à participação de todos os eleitores nas mesmas. Não nos revemos de forma alguma nas opções do voto útil. Propomos o voto Válido, que cada pessoa vote de acordo com as suas mais profundas convicções e que dê oportunidade à diversidade política no parlamento.

Por outro lado, a Democracia Real não se faz nas eleições, apenas. Faz-se sobretudo quando as pessoas se organizam na base social para mudar as condições de vida, tentando superar a violência económica, social, racial, religiosa, psicológica e física no meio que as rodeiam. E isso é algo que todos podem fazer.

Os membros do PH continuam a dar o seu contributo pela humanização do mundo, atuando no seu meio imediato. A prioridade é trabalhar para que o tecido social se recomponha, para que cada pessoa se sinta valiosa e capaz de transformar o seu destino e contribuir para transformar a sua comunidade.

Deixamos aqui o convite para que todos se juntem a esta força pela humanização e a não-violência. É esta força, a da Não-violência Ativa, que transformará o mundo.

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Chegada dos refugiados – contributos para uma nação humana universal

A chegada de tantas pessoas à porta da casa dos europeus está a confrontar os que aqui vivem com uma confusão de sentimentos: por um lado de individualismo, encerramento e desumanização e por outro de solidariedade, fraternidade e dignidade. A sua chegada pode ser uma oportunidade de mudar o rumo da história humana, de escapar de um “eterno retorno” às situações de degradação da espécie e avançar definitivamente para uma nação humana universal, onde o valor central seja o ser humano em toda a sua diversidade.

É preciso ajudar os refugiados urgentemente e todas as iniciativas de acolhimento são bem-vindas, mas também é necessário compreender a raiz da violência que se exerce sobre os povos e os indivíduos e não perder o horizonte de uma mudança verdadeira. 

Compreender os acontecimentos:

A violência e discriminação sobre imigrantes não surgiu ontem.

Os dirigentes dos países europeus têm vindo a assumir, de forma pouco transparente e por isso mesmo contra a vontade do seu próprio povo, uma política de discriminação e violência para com os imigrantes (especialmente do hemisfério sul) que desde há décadas se manifesta na limitação de direitos sociais, culturais e políticos.

A guerra é um negócio e entre os principais países exportadores de armas encontram-se os EUA, o Reino Unido, a Rússia, a França e a Alemanha.

A “crise dos refugiados” é consequência dessas políticas violentas, em função de interesses económicos, que atinge todos os povos dentro e fora da Europa, seja na forma de repressão política, exploração laboral, fome ou violência física e psicológica.

O apoio circunstancial dos dirigentes europeus aos refugiados é uma hipocrisia, porque não há indícios de que a política de asilo e imigração vá mudar ou de que haverá esforços para terminar com a guerra ou a fome.

Para os humanistas, a mudança implica:

na esfera pessoal, em todo os âmbitos da vida de cada um de nós ( trabalho, família, amigos,etc), fazer o esforço de tratar os outros como se quer ser tratado. Basta de procurar culpados, é o momento de fazer diferente daquilo que criticamos;

na esfera interpessoal, abrir o caminho para a solidariedade e romper o isolamento, através da organização com outras pessoas, com o mesmo objetivo;

nas esferas nacional e internacional, exigir a igualdade de direitos e oportunidades para todas as pessoas; o desarmamento nuclear mundial, a retirada das tropas invasoras dos territórios ocupados, a redução proporcional dos armamentos nacionais e a renúncia dos governos a utilizar as guerras como meio para resolver conflitos.

Pormenor do cartaz usado na campanha

11-09-2015

Casa das Iniciativas Sociais em votação no OPLisboa

O projeto Casa das Iniciativas Sociais foi aceite pela Câmara Municipal de Lisboa e está agora em votação no âmbito do Orçamento Participativo.

O projeto foi apresentado pelo Partido Humanista e consiste na “criação de um espaço aberto às diversas iniciativas sociais, que não disponham de espaço próprio, através da partilha de instalações e recursos”.

A existência de um espaço que possa acolher grupos, associações ou partidos que não dispõem de um espaço próprio é um passo importante para a participação democrática e para a igualdade de direitos.

Todos os cidadãos portugueses podem votar. A votação realiza-se online, através do portal da www.lisboaparticipa.pt, ou por SMS gratuito, para o número 4310, indicando o nº do projeto pretendido.

“Cada cidadão tem direito a dois votos, um por cada grupo de projetos:

– Projetos cujo orçamento será de valor igual ou inferior a 150.000 €

– Projetos cujo orçamento será de valor superior a 150.000 € e até 500.000 €”.

“Para votar online, cada cidadão deverá realizar previamente o respetivo Registo e/ou Login (acedendo a “Registo/Login” no topo do Portal)”.

Para votar na Casa das Iniciativas Sociais, que se insere no grupo de projetos com orçamento de valor entre 150.001 € e 500.000 €, os cidadãos deverão selecionar o projecto nº 208.

https://www.facebook.com/projectohumanistalisboa

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Proposta de meditação conjunta para o dia 6 de agosto

Proposta de Meditação

Introdução:… Com esta cerimónia de bem-estar, encontramo-nos mentalmente e de coração com milhares de pessoas que, em diferentes partes do mundo, estão também a pedir e a exigir que se ponha um ponto final ao ataque que a população da Palestina está a sofrer. Mas queremos recordar também que o nosso olhar e os nossos pedidos vão sempre mais além do ilusório limite dos bandos, dos países e das fronteiras, porque procuramos um caminho de profunda e verdadeira reconciliação de todos os seres humanos. Cerimónia de bem-estar

“Auxiliar: Aqui estamos reunidos, para fazer um forte e profundo pedido de Bem-estar, por todos os povos que, em todas as partes do mundo, padecem a injustiça e as atrocidades da guerra e da violência. Para todos eles dirigimos os nossos pensamentos e os nossos melhores desejos. Oficiante: serenamente confiamos que chegue até eles este pedido de bem-estar. Pensamos agora em todas essas pessoas… sentimos a sua proximidade e a sua presença e experimentamos o contacto com eles. Auxiliar: tomaremos uns segundos para meditar sobre as dificuldades de que padecem estas pessoas… Oficiante: Gostaríamos agora de fazer sentir a essas pessoas os nossos melhores desejos. Que neste momento uma onda de alívio e bem-estar chegue até elas… Auxiliar: tomaremos um curto espaço de tempo para colocar mentalmente essa situação de bem estar que desejamos a todas estas pessoas. Oficiante: Concluiremos esta cerimónia dando a oportunidade, a quem assim o desejar, de sentir a presença daqueles entes muito queridos que, embora não estejam aqui no nosso tempo e no nosso espaço, relacionam-se connosco na experiência do amor, da paz e da cálida alegria… Auxiliar: Isto foi bom para outros, reconfortante para nós e inspirador para as nossas vidas. Oficiante: Saudamos todos agradecidos por esta cálida corrente de bem estar, impulsionada pelas nossas profundas buscas e os nossos melhores sentimentos. Para nós e para todos os povos do mundo Paz, Força e Alegria!!

Adaptada de “A Mensagem de Silo – Experiências”

Pedido coletivo pela paz e a não-violência

Pedido Mundial
Retirar as tropas invasoras
Devolver os territórios ocupados
Desmantelar os arsenais…
Em todo o mundo. Por um mundo sem guerras e sem violência!
No próximo  dia 6 de agosto, data em que se assinala o trágico lançamento da primeira bomba atómica, o Partido Humanista convida todos (indivíduos e organizações formais e informais) a juntarem-se num pedido pela Paz e a Não-violência no mundo.
Se tu também, como nós, “renuncias a todo o bando que proclame um ideal mais alto do que a vida e a toda a causa que para se impor, gere sofrimento”, então organiza na tua povoação este pedido coletivo pela PAZ! A proposta é que se juntem amigos, conhecidos, vizinhos e quem mais queira, numa praça ou outro local e partilhem um momento de meditação sobre a violência no mundo, no nosso meio imediato e em nós mesmos e que se possa, em conjunto, fazer um pedido pela Paz e a Não-violência.
Vamos Divulgar uma proposta de meditação para que possa ser adotada por quem assim o entender e ainda um cartaz que poderá ser editado e adaptado ao lugar, se o quiserem usar como difusão do evento.
No site do PH e Facebook (Partido Humanista – Portugal) poderão ser divulgadas as iniciativas das pessoas e coletivos que queiram participar deste movimento, para que outros possam ter conhecimento e participar.
Agradecemos assim que nos  façam chegar as vossas iniciativas para divulgação.
Porto: Praça dos Poveiros, às 18H30

Partido Humanista não apresenta candidatura às Eleições para o Parlamento Europeu

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O Partido Humanista Internacional (PHI) decidiu não apresentar candidatura às Eleições Europeias 2014, em Portugal. As razões desta posição prendem-se sobretudo com consequências do sistema violento em que vivemos, e que passamos a denunciar:

A Lei do Financiamento dos partidos políticos e a interpretação que o Tribunal Constitucional (TC) lhe dá não permitem que os pequenos partidos concorram em igualdade de oportunidades com os maiores partidos. Os partidos com menos de 50.000 votos não recebem subvenção estatal, não tendo meios para a propaganda eleitoral, e muito menos para pagar as avultadas multas aplicadas pelo TC.

Por outro lado, não sendo o PHI um partido de políticos profissionais assalariados – todos os seus membros são voluntários – vêm-se frequentemente coartados, como qualquer cidadão hoje em dia, na sua liberdade de intervenção social e política, por um sistema que exige uma carga de trabalho cada vez maior (em troca de menos salário e menos direitos sociais), retirando-lhes tempo e energia para as tarefas eleitorais, que apresentam um peso burocrático cada vez maior em detrimento do debate ideológico.

Observamos as dificuldades múltiplas impostas às pessoas que participam em causas sociais válidas e justas; a apatia de outras pessoas, que com esta atitude entregam as decisões que influem nas suas vidas aos ditâmes dos mercados e dos políticos do poder; e o oportunismo de quem se aproxima dos partidos para tirar proveitos pessoais.

A cobertura mediática das atividades e propostas dos partidos e dos movimentos sociais também é muito desigual. Têm espaço mediático os triunfalistas de sempre e as figuras já conhecidas, em desfavor dos projetos coletivos com propostas coerentemente elaboradas e válidas para o País e para a Europa. A exposição “PHI 30 anos. Uma voz adiantada no tempo”, no início de maio, que documentou e mostrou a atividade internacional do PHI dedicada aos Direitos Humanos e à Não-Violência, não teve atenção jornalística; contudo os 40 anos do PSD inundaram e monopolizaram  os órgãos de comunicação social, para referir apenas um exemplo.

Tudo isto não significa o afastamento do PHI da intervenção social e política em Portugal. Paradoxalmente, este interregno na atividade eleitoral permite-nos aprofundar e meditar sobre o sentido e as consequências da nossa ação e ajudar as pessoas a tomar consciência do sentido e influência das suas ações no seu meio imediato e no mundo. Permite-nos respirar um ‘ar mais fresco’. Permite sentirmo-nos mais libertos e lúcidos para avançar com as nossas propostas políticas profundamente humanistas e revolucionárias e encorajar de novo as pessoas a serem protagonistas da transformação pessoal e social a que aspiram.

O PHI não é um partido no sentido tradicional do termo. Não pretende conquistar eleitorado através do uso de mecanismos internos de projeção social, mas sim através de uma mudança de mentalidade que passa por despertar a consciência de cidadania progressivamente perdida ao longo das quatro décadas de democracia formal em Portugal. Neste sentido, apelamos à necessidade de cada pessoa ser um elemento interventivo no seu meio, apoiando atividades centradas no desenvolvimento integral do ser humano.

Alentamos as pessoas a irem votar no dia 25 de maio, apelamos a que conheçam as nossas propostas e participem das nossas iniciativas, mas sobretudo apelamos a que sejamos todos ativistas nos nossos âmbitos de relação – trabalho, escola, meio habitacional, etc. – porque é aí que reside o verdadeiro poder que precisa de se redescobrir e manifestar apontando caminhos de verdadeira mudança deste sistema alterado e desumano em que vivemos.

Programa da Exposição Uma voz adiantada no tempo – 30 anos do Partido Humanista Internacional

1 de maio

17H – Sessão de abertura

18H30 – Workshop Os novos horizontes do trabalho

2 de maio

21H30 – Teatro-fórum “Met ao quadrado”.

Organização: NTO-Braga e Tartarugas Falantes.

3 de maio

11H-13H – Práticas de distensão

17H – Vozes adiantadas no tempo

Micro Aberto: O PH convida pessoas e grupos que integram projetos progressistas nos mais diversos âmbitos (cultural, social, económico ou produtivo), que tentam abrir espaços alternativos ao sistema atual.

21H30 – Momentos históricos inspiradores

Exibição de quatro documentários do grupo “Faros de la Humanidad”, do Centro Mundial de Estudos Humanistas:

Toledo e Alexandria, Faróis da Humanidade

O surgimento do conhecimento na corte de Rodolfo II

Frederico II, uma ponte entre o oriente e o ocidente

Bizâncio, a raiz comum

4 de maio – Dia do testemunho

17H – Exibição do discurso inaugural do Movimento Humanista, Argentina – 1969

Testemunhos dos participantes.

Horário da exposição: quinta a sábado: 10H30 – 22H; domingo: 14H-19H