Chegada dos refugiados – contributos para uma nação humana universal

A chegada de tantas pessoas à porta da casa dos europeus está a confrontar os que aqui vivem com uma confusão de sentimentos: por um lado de individualismo, encerramento e desumanização e por outro de solidariedade, fraternidade e dignidade. A sua chegada pode ser uma oportunidade de mudar o rumo da história humana, de escapar de um “eterno retorno” às situações de degradação da espécie e avançar definitivamente para uma nação humana universal, onde o valor central seja o ser humano em toda a sua diversidade.

É preciso ajudar os refugiados urgentemente e todas as iniciativas de acolhimento são bem-vindas, mas também é necessário compreender a raiz da violência que se exerce sobre os povos e os indivíduos e não perder o horizonte de uma mudança verdadeira. 

Compreender os acontecimentos:

A violência e discriminação sobre imigrantes não surgiu ontem.

Os dirigentes dos países europeus têm vindo a assumir, de forma pouco transparente e por isso mesmo contra a vontade do seu próprio povo, uma política de discriminação e violência para com os imigrantes (especialmente do hemisfério sul) que desde há décadas se manifesta na limitação de direitos sociais, culturais e políticos.

A guerra é um negócio e entre os principais países exportadores de armas encontram-se os EUA, o Reino Unido, a Rússia, a França e a Alemanha.

A “crise dos refugiados” é consequência dessas políticas violentas, em função de interesses económicos, que atinge todos os povos dentro e fora da Europa, seja na forma de repressão política, exploração laboral, fome ou violência física e psicológica.

O apoio circunstancial dos dirigentes europeus aos refugiados é uma hipocrisia, porque não há indícios de que a política de asilo e imigração vá mudar ou de que haverá esforços para terminar com a guerra ou a fome.

Para os humanistas, a mudança implica:

na esfera pessoal, em todo os âmbitos da vida de cada um de nós ( trabalho, família, amigos,etc), fazer o esforço de tratar os outros como se quer ser tratado. Basta de procurar culpados, é o momento de fazer diferente daquilo que criticamos;

na esfera interpessoal, abrir o caminho para a solidariedade e romper o isolamento, através da organização com outras pessoas, com o mesmo objetivo;

nas esferas nacional e internacional, exigir a igualdade de direitos e oportunidades para todas as pessoas; o desarmamento nuclear mundial, a retirada das tropas invasoras dos territórios ocupados, a redução proporcional dos armamentos nacionais e a renúncia dos governos a utilizar as guerras como meio para resolver conflitos.

Pormenor do cartaz usado na campanha

11-09-2015

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