A crise é uma oportunidade de mudança

O chumbo parlamentar do PEC 4 e a consequente demissão do Governo não fundaram uma crise política em Portugal. A crise política começou a partir do momento em que os governantes passaram a representar os interesses dos chamados mercados financeiros.

O governo de Sócrates aprofundou a injustiça na distribuição de riqueza, empobreceu os serviços públicos de saúde e educação e enfraqueceu o sistema produtivo, seguindo uma linha já iniciada por governos anteriores, nomeadamente pelo de Cavaco Silva.

Uma mudança de governo não garante a mudança de política. Se a ordem estabelecida permanecer, a situação do país será mais conflituosa cada dia que passa; deixar o futuro nas mãos daqueles que têm dirigido este processo (ao longo das últimas décadas) é suicida.

Nesta época de grande mudança a nível mundial estão em crise os indivíduos, as instituições e a sociedade, o que provoca uma desorientação geral em relação ao futuro e ao que se deve fazer no presente.

É necessária uma revolução social que mude drasticamente as condições de vida do povo, uma revolução política que modifique a estrutura do poder e, em suma, uma revolução humana que crie os seus próprios paradigmas em substituição dos decadentes valores actuais.

O PH compromete-se a trabalhar para dar uma direcção revolucionária ao processo político e para que esta seja não-violenta.

A crise, em vez de nos levar a uma atitude individualista e competitiva ou desesperada e depressiva, é um estímulo fundamental para trabalharmos a favor de uma grande mudança social e pessoal simultânea.

As propostas políticas que os humanistas têm vindo a defender desde o nascimento do PH são, mais do que nunca, fundamentais para a superação de todas as formas de violência perpetuadas pelo sistema político e económico:

A apropriação da banca, de tal maneira que esta cumpra a prestação do seu serviço sem cobrar em troca juros, que em si mesmos são usurários.

Gestão e decisão partilhadas pelo trabalho e o capital, evitando a exploração, a precariedade e o desemprego e garantindo que o lucro se reinvista ou se utilize na criação de novas fontes de trabalho.

A descentralização do poder, para que as entidades regionais conformem uma república federativa e que o poder dessas regiões seja descentralizado a favor da base municipal.

Educação e saúde gratuitas para todos, porque esses são os dois valores máximos da revolução e eles deverão substituir o paradigma da sociedade actual determinado pela riqueza e pelo poder.

No ano em que comemora 12 anos de existência em Portugal, o Partido Humanista apresenta-se como uma referência para os que procuram ser coerentes com as suas melhores aspirações e que acreditam que só haverá progresso real se for de todos e para todos.

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